A ZIPPY criou 6 personagens imaginárias e coloridas – Monstros das Emoções. Cada emoção é representada por uma personagem única, com características visuais específicas, que ajudam a transmitir a essência dessa emoção.
As personagens têm histórias e personalidades com as quais as crianças se relacionam, tornando mais fácil e divertido aprender sobre as emoções.
Todo este projeto foi desenvolvido com total apoio científico de um dos mais renomados pediatras portugueses, Prof. Dr. Mário Cordeiro.
Discutimos com especialistas em desenvolvimento infantil e dois pontos em comum emergiram: a necessidade de ferramentas que ajudem as crianças a falarem sobre as suas emoções, de forma aberta e saudável, e ferramentas que apoiem os adultos a iniciar e orientar esta conversa. Conheça-as:
Sabia que a campanha tem a chancela do
Professor de Pediatria e de
Saúde Pública Dr. Mário Cordeiro?
Na carta aberta que redigiu a todos os pais, o Professor Dr. Mário Cordeiro fala da necessidade de as crianças falarem sobre as suas emoções e qual o papel dos pais neste processo de aprendizagem:
«Pai. Sinto-me triste!».
«Triste? Mas alguma vez tu sabes o que é estar triste? Ou chateado? Ou teres problemas, como eu, e, isso sim, ter mais do que razões para estar triste? Não estás bom da cabecinha. Olha, vai brincar e deixa-me em paz, que, caso não tenhas percebido, estou a ver o que se passa nas notícias!».
«O que é que ele queria, João?»
«Nada, Madalena. Apareceu aqui, sem mais, a dizer que estava 'triste', imagina… como se na idade dele houvesse espaço para tristezas… estes miúdos, às vezes…».
Esta «cena familiar» poderia ter ocorrido há 100, há 50 anos ou até hoje, em muitos dos lares portugueses. Uma criança sentir-se triste? Que coisa escabrosa, estranha, impossível. Alegre, feliz, ainda vá lá, pois se lhes damos tudo e mais o que for, assim sim. Uma criança «tem de» ser feliz, andar contente, irradiar alegria, espalhar no rosto e nos gestos como é bom ser criança. «Ai, se eu fosse criança!». «Ai, quem me dera recuperar a criança que há em mim!». «Ai, eu cheio de responsabilidades e ver estas crianças tão livres e tão inocentes…».
Pois, leitor, desengane-se. As crianças são seres humanos e, mesmo que isso o pasme, têm sentimentos desde as primeiras semanas de vida intrauterina.
Até os cães têm sentimentos, sabia? E a infância, acredite porque é a Ciência que o diz, conta-nos que essa época da vida é uma tragédia. Sim, sem aspas. Uma tragédia negra, e não cor-de-rosa ou azul-bebé, como tentamos pintá-la nas nossas ideias que têm tanto de magnífico como de errado. É a idade dos medos, da falta de liberdade, da dependência total dos adultos e dos humores dos adultos. E porque são sensíveis, as crianças têm sentimentos, que incluem raiva, horror, medo, pavor, receio, tristeza, vergonha, melancolia, alegria, satisfação, coragem, ousadia, mal-estar, bem-estar, pânico, segurança, humor, aborrecimento, etc., etc.
Sabendo isso – repito, é a Ciência que o demonstra à saciedade e à sociedade –, talvez seja importante e, diria, urgente, ouvi-las, entendê-las, apercebermo-nos de como reagem perante situações que são dilemas éticos, que ainda se estão a formar nos conceitos do Bem e do Mal, que a empatia é coisa que se desenvolve ao longo da vida e não um dado adquirido, que é preciso falar dos sentimentos, das emoções, do que sentimos, porque se há coisa que a Inteligência Artificial nunca nos vai substituir é, a par da Estética, a Ética, ou seja, as emoções e a proximidade física, intelectual e psicológica com o Outro. Escutá-las no seu domínio, que são, entre outras coisas, os jogos, como os jogos de cartas.
Falemos de emoções. Discutamo-las. Mais, tenhamos até «várias versões da História», ou seja, o que para mim me pode causar um embaraço, para outro pode ser uma facilidade, o que me causa alegria pode causar vergonha a outra pessoa – essa é a vantagem de se ser humano. Está de parabéns a Zippy, por ter pegado neste tema e ter feito dele uma bandeira, uma causa.
As emoções são parte de nós – joguemos ao seu jogo, e… acreditem, adorava «ser mosca» para ver como vão decorrer os jogos que, certamente, toda a família jogará e os debates e discussões que ele suscitará – joguem o Jogo das Emoções e… emocionem-se. Não há nada de mais Belo. E passem a perguntar aos vossos familiares e amigos: «como é que te sentes?». Em vez do tradicional e fácil «está tudo bem, não está?»
As emoções existem desde que nós… somos nós, ou seja, desde sempre. Todos os mamíferos têm emoções – basta ter um gato ou um cão para o saber. Se falamos com as crianças de alimentação, higiene, sono, cuidados gerais, proteção solar, prevenção de acidentes… porque não falar abertamente de aspetos tão importantes como as emoções, as quais vivemos diariamente, em catadupa, e que nos causam, por vezes, tantos embaraços e desconfortos., mas também momentos de bem-estar e de contentamento?
As emoções conseguem uma coisa extraordinária: reunir a nossa parte intelectual, a psicológica, a espiritual e também a física e biológica. São a «cola» que fazem o puzzle que somos e a prova melhor de que estamos vivos. Como seria possível cuidar de uma criança, ensinar uma criança, educar uma criança, respeitar uma criança sem escutar, trocar ideias, debater e falar sobre emoções?